Se atentarmos à figura seguinte, facilmente nos apercebemos que a idade de um carro não significa que este seja mais poluente que um outro mais recente.
Ao longo dos anos, os construtores de carros cada vez mais têm de cumprir com apertada legislação no que respeita a emissões de dióxido de carbono para o meio ambiente. Hoje, um veiculo polui muito menos que um veiculo de iguais caracteristicas há alguns anos atrás. Mas por um outro lado normalmente um carro de maior cilindrada polui mais que um de menor, mesmo que sejam construídos na mesma data. Por isso uma lei baseada na idade do carro parece-me no mínimo injusta.
Considero que seja importante restringir a circulação de carros com o objectivo de reduzir a poluição mas podia ter-se optado por uma solução idêntica à de outras cidades europeias em que quem quer entrarnas zonas restritas paga, e paga mais ou menos conforme as caracteristicas do carro.
Dou o meu exemplo, tenho um carro de 1998. Pago o mesmo valor anual de IUC, IPO e poluo o mesmo que um carro igual de 2001 mas o condutor deste não tem qualquer restrição de circulação em Lisboa... e eu tenho com o meu carro! Hoje é em Lisboa, um dia destes numa outra cidade do nosso país...
Na alternativa que apresentei, o condutor do carro de 2001 que pretenda entrar em Lisboa compraria uma espécie de passe ou bilhete para entrar na zona restrita, se quiser, ou poderá optar por não comprar e deslocar-se nos transportes públicos disponíveis. E eu, com o meu carro de 1998 teria as mesmas opções!
Numa altura em que os portugueses trocam de carro em média de 14 em 14 anos, esta parece ser uma medida que irá sem dúvida causar algumas dores de cabeça a quem tem um carro mais velho e pretende ou necessita entrar em Lisboa.
João Carreira
